Vamos pensar um pouco?
Olá, tudo bem? Infelizmente não consegui estar muito presente na vida de vocês esta
semana, mas agora que estamos vamos discutir por meio das ideias presentes nos
textos a seguir, um projeto de lei que prevê sanções contra o emprego abusivo
de estrangeirismos. Segue assim: o “Movimento Nacional de Defesa da Língua
Portuguesa”.
Texto1
Um país como a Alemanha,
menos vulnerável à influência da colonização da língua inglesa, discute hoje
uma reforma ortográfica para “germanizar” expressões estrangeiras, o que já é
regra na França. O risco de se cair no nacionalismo tosco e na xenofobia é
evidente.
Não é preciso, porém, agir
como Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto, que queria transformar o
tupi em língua oficial do Brasil para recuperar o instinto de nacionalidade. No
Brasil de hoje já seria um avanço se as pessoas passassem a usar, entre outros
exemplos, a palavra entrega em vez de delivery.
Folha de S.
Paulo, 20 out. 1998
Texto 2
Na realidade, o problema do empréstimo linguístico
não se resolve com atitudes reacionárias, como estabelecer barreiras ou cordões
de isolamento à entrada de palavras e expressões de outros idiomas. Resolve-se
com o dinamismo cultural, com o gênio inventivo do povo. Povo que não forja
cultura dispensa-se de criar palavras com energia irradiadora e tem de
conformar-se, queiram ou não queiram os seus gramáticos, à condição de mero
usuário de criações alheias.
Celso Cunha, 1968
Texto 3
A
história nos ensina que uma das formas de dominação de um povo sobre outro se dá pela imposição da língua.
Estamos
a assistir a uma verdadeira descaracterização da Língua Portuguesa, tal a
invasão indiscriminada e desnecessária de estrangeirismos – como ‘holding’, ‘recall’,
‘franchise’, ‘coffee-break’, ‘self-service’ – (...). E isso vem ocorrendo com
voracidade e rapidez tão espantosas que não é exagero supor que estamos na iminência
de comprometer, quem sabe até truncar, a comunicação oral e escrita com o nosso
homem simples do campo, não afeito às palavras e expressões importadas, em
geral do inglês norte-americano, que dominam o nosso cotidiano.
Como
explicar esse fenômeno indesejável, ameaçador de um dos elementos mais vitais
do nosso patrimônio cultural – a língua materna-, que vem ocorrendo com
intensidade crescente ao longo dos últimos 10 ou 20 anos?
Aprece-me que é chegado o momento de romper com
tamanha complacência cultural, e assim, conscientizar a nação de que é preciso
agir em prol da língua pátria, mas sem xenofobismo ou intolerância de nenhuma
espécie.
Dep. Fed. Aldo Rebelo, 1999.
Texto
4
O
ser humano já não exibe o mesmo talento na arte de apelidar os objetos e
fenômenos à sua volta. A capacidade de dar às coisas revela-se em crise.
A
mais apavorante das doenças surgidas nos últimos anos deu-se o nome de AIDS,
uma mera sigla. AIDS, além o cientificismo, com sua referência à
imunodeficiência adquirida. No caso brasileiro, há a agravante de incuráveis
americanófilos, termos adotado a sigla em inglês. Ao contrário, franceses e
espanhóis conformaram-se à imunodeficiência adquirida e obtiveram resultados
muito mais afeitos à índole latina – Sida. Também os portugueses falam Sida e
não AIDS.
Veja. Rio de Janeiro:Abril, p.126,03 mar. 1999.
Texto
5
João
da Silva teve um dia estressante. Enfrentou um rush danado e chegou atrasado ao
meeting com os Sales manager da empresa onde trabalha. Antes do workshop com o
expert em top marketing foi servido um brunch, mas a comida era muito light
para a sua fome. À tarde plugou-se na rede e conseguiu dar um download em
alguns softwares que precisava para preparar seu paper do dia seguinte. Deletou
uns tantos arquivos, pegou sua pick-up e seguiu para o point onde estava
marcada uma happy-hour. Mais tarde no flat, ligou para o delivery e traçou um
milkshake e um hambúrguer, enquanto assistia ao Non stop na MTV.
À
noite, pôs sua camisa mais fashion, comprada num sale do shopping e foi
assistir ao Shine no cinema. Voltou para o apart-hotel a tempo de ver um pedaço
de seu talk-show preferido na TV.
Veja, Rio de Janeiro: Abril, p. 124, 09 de abr.1997.
Observa-se
na história das línguas uma estreita ligação entre o uso do idioma e as
relações de poder na sociedade. Por exemplo, na Espanha, o Castellano alçou seu
prestígio por ser a variação usada entre
os reis que derrotaram os árabes, após quase um século de dominação inimiga,
desprezando os dialetos locais.
Como
não pode deixar de ser, no português brasileiro atual a ligação entre o
exercício da língua e as relações sociais é de maneira muito mais estreita e
ímpar, pois as variações regionais do sul e sudeste são mais valorizadas e
privilegiadas, do que a variação regional nordestina, devido ao caráter
hegemônico sobre a política e a economia, que com arrogância e presunção ridiculariza
os de mais falares regionais do país.
Com
efeito, as regiões mais isoladas geograficamente tendem a variar muito mais do
que as mais próximas, sendo estas maiores favorecidas na configuração das
normas-padrão. Além da variação estilística que como marca pessoal demarca a
liberdade de uso e monitoramento da fala consoante a um contexto sociocultural
do falante. O mesmo efeito ocorre com os eventos de letramento que também
corroboram para uma realidade mais heterogenia e multifacetada da língua.
Mas que raios têm haver com os textos que acabamos
de ler!? Tudo!
É bastante comum ouvir em todos os lugares a
afirmação de que o inglês é a língua mais falada no mundo. Observe que há mais
de 4000 idiomas, mas um grupo de apenas dez é falado- como primeira ou segunda
língua – por mais da metade da população mundial (em milhões de pessoas).
Chinês
|
1052
|
Inglês
|
508
|
Hindi
|
487
|
Espanhol
|
417
|
Russo
|
277
|
Árabe
|
246
|
Bengali
|
211
|
Português
|
191
|
Indonésio
|
177
|
Alemão
|
128
|
Fonte: Sidney Culbert/
University of Washington, Seattle.
Observa-se, pois, que a língua nada mais é que um
espelho das relações políticas o que talvez seja um dos motivos da
supervalorização do inglês americano nos dias de hoje, devido a ascensão
capitalista do imperialismo norte-americano.
Se a linguagem humana também pode ser considerada uma livre expressão do pensamento marcada por
escolhas ocasionais de uso pessoal, a fala é o reflexo do processo e de seleção
e hierarquização social. E devido ao surpreendente avanço tecnológico e
científico, só se pode conceber o aluno dominante e/ou mais próximo do seu
contexto identitário, o que resulta num processo de aprendizagem real e
compreensão do seu próprio tempo, a fim de valorizar a singular pluralidade
cultural de nossos alunos.
Próxima postagem trago novidades sobre como integrar
as quatro habilidade no processo de ensino e aprendizagem da língua inglesa que
são:
• Ensino de Oralidade......................................................................(Speaking)
• Ensino de Compreensão Auditiva..................................................(Listening)
• Ensino de Leitura........................................................................... (Reading)
• Ensino de Produção de Texto........................................................ (Writing)
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